Quem Somos

Em Junho de 2020 ofereci aos netos ‘O Diário da Avó Isabel’ escrito durante o  confinamento.  O 1º neto e uma prima, os dois nos vinte anos, convenceram-me a juntar o agradável ao útil e criar um blogue para partilhar as minhas histórias de Amor (algumas) e de Sexo (muitas). Amigos incentivam a que continue a escrever. Com a redução drástica do meu trabalho de Coaching e Formação, o projecto PORAMOR.EU tem sido o refúgio a que me tenho dedicado de alma e coração.  

De onde me vem esse à-vontade para falar abertamente sobre AMOR e SEXUALIDADE? No fim dos anos 60, com 18 anos fui iniciada no amor livre, ele 30 anos mais velho. Este quadro tem sabor de presente amargo. Demorei tempo para entender esse meu olhar triste. Aos 5 anos, de barco para a  Madeira, senti prazer físico – a minha 1ª experiência de abuso. Em 2019 doei ao Museu Teixeira Lopes, da família do pintor. Foi quando decidi curar a dor. De mais pessoas, a minha está cicatrizada. Perdoei. Esquecer nunca.

Entre 1986-90 a minha experiência como responsável pela publicidade na revista ÉLAN é memorável. Quando nas agências via como abriam a revista, só me lembrava da Avó madeirense; todos homens, uns a babar na página central, outros curiosos por detalhes, outros mal tocavam nas folhas. Nesses 4 anos comecei a interessar-me por psicologia. Aos 36 anos era uma mulher experiente (mãe solteira aos 20, já depois dum divórcio, uma 2ª filha e 3 anos intensos em New York).  Para muitas pessoas era uma surpresa o meu gozo com situações ‘embaraçosas’. Ainda antes do 1º número, reunião em Lisboa com empresário do Porto. Marcou 6ªf à tarde num hotel. Depois do contrato de publicidade, fomos no meu carro jantar ao Clube Banana’s, assinei a conta – ficámos amigos para a vida. 

Nos últimos 15 anos tentei encontrar uma forma de quebrar o silêncio sobre incesto e comportamentos abusivos. Pedi conselhos sobre como fundar uma ONG ao Fred Fezas Vital da Terra dos Sonhos, como pesquisar a dimensão dessa realidade no âmbito familiar ao António Barreto, como escrever sobre temas autobiográficos a Maria Filomena Mónica, como buscar apoios financeiros junto da Childhood Foundation criada pela Rainha Silvia da Suécia e que tem como missão: estimular, promover e desenvolver ambientes de apoio e soluções para prevenir e enfrentar o abuso e a exploração sexual. ‘Como sabe tanto sobre o problema?’ Por experiência pessoal.’ Recebi muita empatia. Também respeitei os pedidos de ‘Agora não’, por causa do impacto que poderia ter na vida de pessoas queridas. 

Em 2017 conheci a Escola do Amor da Tamera no Alentejo.  E descobri que o caminho é o do AMOR. Ao fazer 70 anos decidi dar a cara. Com a pandemia  em 2020 passei a ter tempo para estruturar melhor o projecto. Recebi apoio de quem tem experiência tanto em processos de abuso sexual de menores como em novas tecnologias. Tentei fundar uma Associação sem fins lucrativos. Em Dezembro um financiamento bancário permitiu avançar sozinha.